quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Despedida

É o segundo texto do meu blog intitulado "DESPEDIDA". E eu, como grande parte das pessoas, não gosto de despedidas de forma alguma.
Essa despedida é diferente de qualquer outra que já ocorreu em minha vida, já que em nenhuma delas eu me distanciei dessa forma de toda a minha família e os meus amigos.
Não tenho muito pra falar, as palavras até se perdem nessa mistura de sentimentos que eu me encontro hoje, e eu sou péssima em expressar com palavras sentimentos confusos.
Já me despedi de cada amigo, de cada familiar, de todas as pessoas importantes em minha vida. Eu vou embora não com dor, não com o pensamento de que deixo tudo pra trás, e sim com o pensamento de que vou seguir em frente, agregar novos conhecimentos e fazer novas amizades, ACRESCENTAR tudo ao que eu já tenho. ACRESCENTAR e não SUBSTITUIR!
Não é uma mudança sem volta, não é o fim de tudo e o NUNCA MAIS, são apenas alguns anos de estudo, e com direito de voltar pra fazer visitas algumas vezes.
Então não falo adeus pra ninguém, e sim até logo! Porque eu confio nos meus sentimentos verdadeiros e nos daqueles que sempre estiveram comigo.
Espero que aqui todos sigam a sua vida muito bem, com sucesso, e espero seguir a minha assim também.
Obrigada a todos os meus amigos e familiares, por me confortarem nesse momento, por mostrarem que isso não é o fim, e sim mais um começo.
Até logo a todos!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Mudanças

Todos os seres estão sujeitos a mudanças, sejam elas boas ou ruins. Algumas mudanças trazem o que denominamos EVOLUÇÃO, enquanto outras causam a REGRESSÃO, e a que mais interessa, sem duvida alguma, é aquela que faz evoluir.
A primeira grande mudança que se conhece é o surgimento de vida no planeta Terra, existem muitas teorias pra explicar o como e o porque que surgiu o planeta, que se dividiu terra e água, noite e dia, apareceu uma atmosfera, gás oxigênio, chuva, e vida! Vida terrestre, vida áquatica!
Ainda no campo da ciência existe aquele renomado cientista que todos os estudantes conhecem, e que dedicou grande parte de sua vida a entender e estudar as evoluções (mudanças) dos animais, Charles Darwim e sua teoria evolucionista. Segundo ele, o meio seleciona aquelas mudanças que são boas, as que não são uteis são dispensadas.
Será que assim também ocorre com as mudanças no decorrer da vida de cada ser humano?
Sofrimentos seriam evitados se pudéssemos ter certeza que uma mudança não seria boa, e então não a realizaríamos. Porém não temos esse poder de ter certeza do nosso futuro, o que nos faz arriscar o momento presente, arriscar o que já temos garantido, para vivenciar o NOVO, para mudar!
Mas se pararmos para analisar, que graça teria se não mudássemos nada em nossas vidas?
Conviveríamos sempre com as mesmas pessoas, que falariam dos mesmos assuntos, que em determinado momento não contribuiriam mais para nosso crescimento pessoal. Frequentariamos os mesmos lugares e não teríamos o prazer de conhecer lugares novos e maravilhosos, comeríamos as mesmas comidas sem poder saborear as inúmeras receitas deliciosas mundo a fora.
Mudar é necessário!
Mudar de casa, de bairro, de cidade, acarreta deixar algumas coisas para trás. Talvez amigos, famílias, bens materiais, sentimentos. Mas deixar pra trás não significa perder.
A distância separa apenas corpos, ela não tem força contra sentimentos verdadeiros e fortes. Quando realmente se ama alguém, quando a amizade é verdadeira, quando há confiança, carinho, sinceridade, qualquer relacionamento supera os quilômetros de distância que se formam.
Porém o homem mudou as formas de comunicação, hoje se tem telefone, internet, e-mail, programas de bate-papo, celular. Aqui ou em outro país, sempre é possível se comunicar.
Por isso, a mudança só distancia aqueles que realmente querem se afastar!
E mesmo que eu vá pra 400km daqui, eu não quero a distância com nenhuma pessoa que eu deixo!
Eu vou mudar! Mudar meu rumo profissional, mudar de casa, conhecer pessoas novas, experimentar comidas novas. Mas eu não vou mudar o que eu sinto por todos aqueles que eu deixo aqui, por todos aqueles que contribuíram para que essa mudança fosse realizada!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Superação dos medos...

O céu estava estrelado, o vento ajudava a amenizar o calor, ela estava parada na rodoviária e segurava uma pequena mala em uma das mãos enquanto observava o movimento. O relógio marcava 22horas e 10 minutos, e era domingo, então muitas pessoas chegavam de seus passeios e viagens de final de semana, enquanto outros esperavam para ir embora. Por tanto ela não se encaixava em nenhum desses casos, e sabia que assim que entrasse no ônibus, a sua vida mudaria, e isso a deixava insegura.
Tinha como acompanhantes na rodoviária os seus pais, embora somente sua mãe seguiria viagem com ela. E as vezes olhava-os imaginando como seria quando ela chegasse na rodoviária e tivesse que se despedir deles, seguir viagem sozinha, o que não estava longe de acontecer.
Um ônibus encostou na plataforma, as pessoas formavam a fila, ela virou-se e abraçou seu pai e juntamente com a sua mãe seguiu para a fila em frente a porta do ônibus.
Lá dentro tudo estava escuro e silencioso, as pessoas que vinham das outras rodoviárias dormiam nas suas poltronas ou apenas colaboravam com o sono das outras mantendo-se em silêncio. Ela chegou na poltrona destinada a ela e à mãe, arrumou a bolsa, o travesseiro e sentou-se. Pegou o celular e os fones de ouvido e decidiu ouvir uma música para quebrar aquele silêncio todo, que deixava-a mais angustiada. Começou a procurar uma boa música na lista do seu aparelho e quase todas elas lembravam um amigo, um amor ou um familiar, e isso parecia triste, porque em breve só teria essas músicas para aproxima-la um pouco das pessoas queridas.
Então decidiu reproduzir todas aleatoriamente, encostou a cabeça no banco, e começou a observar o movimento da rodoviária pelo vidro do ônibus, até ele partir, e ela começar a observar as rodovias, os carros, e os outros itens que a pouca luminosidade da noite permitia que ela enxergasse.
O que ela adoraria era não estar tão medrosa, queria relaxar e se acalmar. E então pensando em mudança de vida ela lembrou-se do mês de janeiro do ano anterior.
JANEIRO 2009
O sol estava brilhante no céu, aquecia a areia e os turistas que estavam na praia, que procuravam uma sombra para esconderem-se ou iam para a água do mar a fim de refrescarem-se.
Ela brincava na água com suas três primas. Pulavam as ondas, bebiam muita água do mar quando a onda era forte, riam, nadavam. Era férias de verão e ela tinha que aproveitar, afinal ia á praia apenas uma vez ao ano.
Só que tantas brincadeiras e horas na água deu-lhe fome e ela decidiu ir para onde estava o pessoal da familia e comer algo. Assim que colocou o pé na areia percebeu a sua alta temperatura e decidiu sair correndo para não se queimar, e assim chegou ofegante sob a sombra do guarda-sol.
Lá ela secou-se e sentou em uma cadeira de praia, abriu um suco de morango e pegou um pacote de batatas que havia trazido do apartamento e começou a comer. Após sentir-se saciada, ela estendeu a toalha na areia e decidiu descansar um pouco, só que aí começou o que viria a ser um inferno em sua vida.
Sentiu tontura e ânsia, a nuca começou a doer e parecia que não era capaz de aguentar o peso da cabeça, sentia que o coração não batia normalmente e levou a mão até o pulso, onde conseguia sentir o pulsar do coração tranquilo e normal, e mesmo que estivesse respirando, sentia como se o ar não chegasse aos pulmões.
Será que ela iria morrer? Estava tendo uma parada cardíaca? Uma ambulância ou resgate chegariam a tempo para salvá-la? O hospital não era muito longe, ou era? Pensamentos assim começaram a tomar conta de sua cabeça, e isso parecia fazer tudo piorar.
Levantou rapidamente da areia e lavou o rosto e a nuca, e disse que não estava sentindo-se bem. Decidiu andar um pouco, só que por perto da família, tomou água, sentou-se, e parecia que o coração não batia mais. As tias perguntavam se ela queria voltar ao apartamento, porém não queria estragar o passeio da família e ficou sentada na cadeira de praia, não tirando a mão de seu pulso, como se a qualquer momento fosse sentir o coração realmente parar.
Passou a tarde toda naquele estado, não quis mais entrar na água, não queria andar e muito menos comer, qualquer coisa poderia forçar seu coração ou seus pulmões, e ela não podia arriscar.
Quando chegaram no apartamento no final da noite ela sentiu-se mais aliviada, tomou um banho para tirar todo o sal e a areia do corpo, colocou uma roupa fresca e sentou na varanda para tomar um ar. Começou a observar a rua: Será que lá estariam mais perto de um hospital para que o socorro chegasse mais rápido? E mesmo que não quisesse esses tipos de pensamentos, eles insistiam em dominar a sua mente, fazendo com que os pulmões fossem pequenos demais e o coração fosse parar. E agora mais uma coisa a incomodava, sua vista estava estranha, parecia que estava embaçada, poderia ser por causa da areia da praia, embora não acreditasse que fosse.
E assim passou os outros dois dias na praia, as vezes desligando-se por um momento de tudo, como se fosse desmaiar, levando a mão constantemente no pulso ou ao peito, esfregando os olhos para se livrar da vista embaçada, e esforçando-se para respirar e para comer.
Enfim chegou o dia de ir embora, um tremendo alívio para ela, chegaria em casa, veria os pais, sabia que se passasse mal por lá teria quem a socorresse, teria hospital, ambulância, corpo de bombeiros, mas não imaginava que a viagem de volta lhe deixaria pior ainda.
Logo que deixaram o apartamento uma chuva começou, o que aumentava os pensamentos medrosos dela, afinal chuva significava que os vidros do carro ficariam fechados, a possibilidade de acidente era maior e estavam prestes a subir a serra. E mesmo quando sentia-se bem e tinha sol, a serra já era sinal de perigo para ela.
Enquanto o carro subia a serra ela deixou a vidro um pouco aberto, todo o ar era pouco para seus pulmões espremidos, as lágrimas vinham aos olhos só que ela fazia de tudo para não derruba-las, para suas primas e sua tia não ficarem preocupadas, então colocou a mão debaixo do travesseiro que trazia no colo e começou a rezar incessantemente.
De repente ela olhou para o lado, naquele trânsito todo para descer a serra vinha uma ambulância, e os pensamentos ruins vieram de novo: E se alguém muito ferido estiver lá? A ambulância não chega a tempo! E então eu não posso passar mal aqui.
Fechou os olhos, forçou a respiração, certificou-se de que o coração ainda estava batendo, e rezou mais ainda, até que acabou a serra, acabou a viagem, e ela estava em casa.
Era ilusão achar que tudo iria melhorar, a ânsia persistia, a sensação de que iria cair a qualquer momento, o medo de morrer, a difícil respiração, o coração que parecia parar, a visão embaçada. Tudo piorava constantemente. Na primeira semana mal se alimentava, não conseguia comer doces, perdeu 5 quilos, e só queria saber de dormir.
Tinha medo de sair de casa e passar mal sem que alguém conseguisse socorre-la a tempo, sempre que via uma ambulância ou ouvia sirene começava a tremer. Além de todo o mal estar começou a ter dores pelo corpo, nas costas, no pescoço.
Foi no plantão medico um dia, o médico mal examinou-a e disse que era apenas um mal-jeito, deu um relaxante muscular. As dores persistiram, o mal estar persistiu, o coração ainda estava parando! Já fazia 2 semanas!
Voltou ao plantão médico dias depois, outro remédio para dor, e nenhum resultado!
Ela faria qualquer coisa, centro espírita, candomblé, ervas medicinais, acupuntura. Queria se livrar de tudo aquilo, queria ser normal novamente, queria sair com os amigos e rir.
Outra vez foi ao plantão médico, dessa vez ele deu um calmante e colocou-a em um balão de oxigênio já que reclamava de falta de ar. Enquanto ela estava lá deitada começou a cochilar, e então acordava assustada, achava que se continuasse dormindo morreria. Assim que melhorou a respiração o médico chamou sua mãe e disse: Leve ela em um psiquiatra!
Psiquiatra? Aquele médico era louco? Porque ela não estava louca.
Como aceitava qualquer coisa, ela foi ao psiquiatra, e ele diagnosticou depressão e sindrome do pânico. Deu os remédios necessários, e além deles, ela tinha a família e os amigos do lado. E então o coração parecia estar melhor, os pulmões voltaram ao normal, as dores foram sumindo. E ela sobreviveu!
...
Abriu os olhos ainda sentada na poltrona do ônibus e respirou aliviada, depois daquele começo de ano agitado ela tinha conseguido sobreviver, e estava em um novo ano, ela teve apoio de pessoas que amavam ela, então sabia que a distância não iria diminuir o amor que tinha pelas pessoas e que as pessoas tinham por ela. A vida dela mudaria, mas seria para melhor, e tranquilizou-se, os medos se foram, e se deixou ser tomada por aquele sentimento bom de superação, de conquista e de amor.
O que quer que viesse pela frente ela teria força pra superar, e ela teria ajuda das melhores pessoas!