sábado, 26 de setembro de 2009

Ser humano robótico

Sábado a noite, dia de sair com os amigos, de comer fora, colocar o papo em dia, ir para as danceterias, namorar ou paquerar um pouco. Isso eram atividades de jovens aos sábados a noites porém ele não estava no meio desses jovens. Para ele era dia de estudar, ficar na internet fazendo trabalhos e pesquisas a cerca de curiosidades, juntar os cadernos na frente do computador e escrever, e ficar olhando pro MSN que conforme as horas iam passando diminuia a quantidade de contatos disponiveis para conversar, afinal, os contatos estavam no meio dos jovens descolados.
Mas talvez fosse justamente a falta de amigos que fazia ele ter aquelas tediosas noites aos finais de semana, todos os bons e velhos amigos, que não eram só virtuais, tinham arrumado a "metade da laranja" então dedicavam seu final de semana a pessoa amada e ele há dois anos estava totalmente sozinho.
Procurava entender o que ele tinha de errado, o que faltava nele, e porque há dois anos persistia aquela solidão. Já tinha beijado algumas outras garotas, ficado por semanas com outras, e nenhum relacionamento durava. Uma delas era desenhista, só que ele era a negação quanto a artes, então um dia apareceu um rapaz que pintava telas maravilhosamente bem, e ele perdeu a menina pro cara. Depois apareceu uma atleta, corria toda a manhã, jogava futebol, e ele era sedentario ao extremo; como era de se esperar, em uma corrida matinal um jogador de futebol trombou com ela, se conheceram, e novamente ele perdeu a menina. A ultima que apareceu era uma baterista, tinha uma banda de rock, parecia que tudo ia muito bem, porém ele não tinha paciencia para aprender tocar algo, e um guitarrista entrou na banda dela e conquistou-lhe o coraçãozinho. Com isso ele se sentia totalmente inutil!
A família dizia que não tinha o porque querer namorar, estava em ano de vestibular, era inteligente e dedicado aos estudos, então tinha que se preocupar com os livros e cadernos, esquecer gandaias de final de semana e namoricos que só atrapalhariam. Isso revoltava-o, pensavam que ele era um robô? Sim, era praticamente isso que ele era.
Robôs o assustavam, tinha medo que eles dominassem o mundo como nos filmes, e aos poucos percebia que eles estavam dominando. Não eram aqueles robôs construidos por japoneses e com alta tecnologia, eram Robôs Humanos. Não tinham sentimentos valorizados, eram proibidos de ter sentimentos e não faziam nada além do que falavam que era sua obrigação. Não se divertiam! Ele se sentia assim, um ser robótico.
A solução seria arrumar uma namorada robótica, só que como robos nao tem sentimentos, seria impossivel isso.
Depois de pensar em tudo isso e tentar por mais vezes entender o que havia de errado nele, lembrou que uma coisa diferenciava-o de uma máquina: suas necessidades fisiologicas, com isso era necessário dormir.
Abraçou todos os cadernos que estavam em sua mesa, eram a unica coisa que restava a ele, e levou-os para o quarto, com todo carinho. Deitou na cama e lembrou que o outro dia era domingo. Dia de almoçar em família, de passear no horto, de tomar sorvete a tarde. Não, nada disso, domingo era apenas mais um dia robótico.

Um comentário:

  1. O.o

    Eitaa amour...
    Eu axo q me enCaixeii nisso aeww
    Tirando a parte de cadernos e estudoo
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Um dia sairemos da monotonia, rotina
    E dessa coisa q se torna toda robotica!

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