domingo, 28 de agosto de 2011

...

Chegou exausta e colocou os dedos no interruptor para acender a luz, que não acendeu, afinal, há dois meses não pagava a conta. Decidiu tomar um banho, mesmo que frio, para tentar relaxar, e não se espantou quando o chuveiro não lhe despejou nenhuma gota d'água. O estômago anunciou que estava faminto, não comia há quase 24 horas. Abriu a geladeira, praticamente vazia, uma garrafa d'água, uma panela com arroz velho e um resto de leite, era apenas isso. Pegou a panela, abriu-a, e o cheiro azedo invadiu o ambiente, a mesma coisa ocorreu com o leite; o pouco que tinha de alimento estragou com a falta de energia. Quis chorar, mas parecia que seu corpo estava em harmonia com a casa e não tinha força nem água para fazer as lágrimas despencarem. Pensou em morrer e deu uma risada, notou a barbaridade do pensamento. Morrer? Mas aquilo que ela tinha podia ser chamado de vida?

2 comentários:

  1. Nossa, que triste!
    Acho que pode, sim, ser chamado de vida. Bota umas pitadas de otimismo e sorriso no rosto que dá certo.

    P.S. Adoro seu cantinho!

    ResponderExcluir