quarta-feira, 21 de outubro de 2009




Nem tudo tem graça
Ou sorrir, me faça
É tudo um vázio, um oco
Um desespero louco
Uma vontade de não ser eu.
E quando eu estava lá era diferente
Nem sempre eu era gente
Podia ser um bicho
Um cachorro ou quem sabe um dinossauro
Um gavião com a maior liberdade
Um minuto fora da realidade!
Um cara perdido no deserto
Alguem isolado, sem ninguem por perto
Um sentimento de ódio combatendo o amor
Até de índios era o tradutor.
A trave de um gol durante o jogo
Ou um pedaço da cruz no velório
Fala português e tudo mais que a imaginação permitisse
Eu era todas as coisas dentro de mim mesma.
Então o povo levantava-se
Aplaudia com vontade
Até as minhas corrupções políticas.
E hoje...
Hoje aqui eu não sou nada além de mim
Ninguém aplaude pelos acertos
Muito menos pelos erros
Hoje viver em mim todos os dias é um martirio
Suportar os meus defeitos e as minhas ilusões
Aguentar meus sentimentos e defender minhas opiniões
Aparentar sempre ser um ser racional
Tentar caminhar com a sociedade, se fazendo de igual
É como se cortassem as minhas asas
Não suporto muito tempo encarar o que eu sou
Ou o que talvez eu possa a vir me transformar
Racional agora seria fugir de mim mesma
E não fingir aos que estão a minha volta
Só para simplesmente agradar.
Racional seria subir em um palco denovo
Mesmo sem os aplausos das pessoas
Soltar tudo o que tem aqui dentro
Porque o teatro era a minha vida
Onde eu podia ser tudo ou nada
E assim eu me encontrava
Porque sendo racional pareço perdida.

Um comentário:

  1. Putzzzz...Perfeitooo!

    Keria tantoo subir nakele palco novamente tambem...Nooolsa!

    Meu que SAUDADE de tudo issooo
    Dakele friozinn na barriga...
    Do nervoso...Do saber que vai dar certo!

    E no final de tudo....akela sensação de alegriaa...E que meoo...Sem palavras!

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