terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Correria

Os pés se movimentavam rapidamente, as pernas esforçavam-se. Ela corria na mais alta velocidade que conseguia.
Enquanto corria pelas ruas, os pés pisavam em poças d'água que a chuva da tarde formara, e molhava seus sapatos e suas meias, porém, correr era mais importante que tudo.
No ritmo dos pés ia também o coração, cada vez mais acelerado. Parecia que ele queria saltar do peito, que dava murros pelo lado de dentro. Os pulmões também sentiam a velocidade, sentiam a falta do ar, que entrava com dificuldade pela boca aberta, que puxava todo ar que podia, já que o nariz não dava mais conta dessa tarefa.
A cada minuto de corrida olhava pra trás, precisava garantir que daria certo. E fazia a coordenação de movimentar rapidamente as pernas e mover a cabeça.
Chegou em um ponto de ônibus, para sua alegria tinha uma pessoa lá, uma velhinha que fazia um bordado. As pernas se acalmaram, e começaram a andar calmamente, o coração foi voltando ao ritmo normal e os pulmões agradeceram pelo ar que entrou fartamente pelas narinas. Ela se aproximou mais da senhora, e disse:
- O ônibus pra São Paulo já passou?
A velhinha sorriu, e disse que não.
Ufa, pensou ela, a correria não tinha sido em vão, ela conseguiria ver os pais naquele natal.

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