sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Tudo Igual

" Arroz com feijão
Arroz com feijão
Arroz com feijão
Arroz com feijão
Arroz com feijão
Arroz com feijão
Viu como enche?"

Não que isso encha no sentido de saciar a fome - embora também faça isso - e sim porque é algo repetitivo, algo rotineiro, constante. E não é só um prato de arroz e feijão que se torna rotineiro na minha vida e na de vários seres humanos por aí.
Há anos aquela história de ser obrigada a ir pra escola todos os dias e ter os deveres de casa pra fazer. Assistir uma novela onde já se sabe que no final, depois de terem a vida totalmente atrapalhada pelos vilões, o mocinho e a mocinha ficam juntos e felizes. Ver os noticiários que passam, independente do canal, as mesmas noticias, cada um tentando colocar o seu ponto de vista para o telespectador e abusando do seu sensacionalismo. Os contos de fadas com princesas em seus FELIZES PARA SEMPRE. E atualmente livros que aparecem sempre com os mesmos temas.
Em janeiro li os 4 livros de uma série super famosa, que ja virou filme, e interessei-me pela história, pela criatividade da autora. Criatividade ou cópia? Boa pergunta! Porque hoje raramente se cria algo, tudo se copia, com leves modificações. E ontem peguei um livro que me chamou a atenção e decidi le-lo, por incrível que pareça muitos itens eram iguais, os seres sobre naturais, o amor proibido entre os dois adolescentes de mundos opostos, a beleza da personagem principal que ela própria tenta esconder, e assim vai. Até um passatempo, que seria para mudar a rotina, acaba sendo repetitivo.
E então não tem como fugir, porque mesmo que somos seres humanos com sentimentos e pensamentos, com capacidade de raciocínio, temos que nos submeter a uma rotina diária para conseguir atingir uma boa qualidade de vida, um emprego, uma forma de sustento. E então viramos máquinas.
Quantas vezes passamos do lado das pessoas, com aquela pressa ou o stress por causa do trabalho e não conseguimos dar um "Bom dia" ou um sorriso?! E quantas vezes achamos que esse gesto de cumprimentar é vão, já que ontem cumprimentamos! Ou ainda, cumprimentamos diariamente, mas apenas por costume, sem ter um sentimento, um sorriso sincero.
E raramente fazemos algo para mudar todas as coisas estupidamente iguais em nossas vidas, porque o medo do novo nos traz angustias, preocupações, tornando mais fácil viver do jeito de sempre. Os mesmos lugares, as mesmas pessoas, as mesmas músicas, as mesmas comidas.
Pelo menos em uma época houve homens que desprenderam-se de seus medos e deram passos diferentes, para que o futuro da humanidade fosse exatamente este!
O medo é bom para pausar um pouco as ações mirabolantes, só que péssimo quando impede uma evolução! De acordo com a teoria de Darwin, as evoluções foram gigantescas. Seria muito bom se cada um decidisse evoluir a sua vida, e não se deixar levar por uma vidinha tão igual, que as vezes acaba com a essência do que é ser um SER HUMANO!



Iamgine
Se todos os garotos fossem iguais
Se todas as garotas fossem iguais
Se todos os bichos de pelucia
Fossem estupidamente iguais
Que graça teria?

Imagine
Se todo sorvete fosse de morango
Se todos os macacos fossem orangotangos
Se as empadas só fossem de frango
Qual a graça que isso teria?

Nenhuma! Seria a verdadeira monotonia!



2 comentários:

  1. "O rotineiro faz parte e continuara a fazer parte das vidas de todos......isso é fato...no entanto na tentativa de escaparmos dessa suposta rotina nos deparamos com algo que provavelmente se tornara rotineiro...então o que fazer?...continuar a seguir em frente pois, a rotina só mudara de forma....e ao meu ver a essencia do HUMANO é se perguntar sempre o que fazer...pois não conseguimos viver sem antes achar um motivo!"

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  2. Olá, Mari!

    Depois de um tempo longe da net, estou de volta.
    Passando para visitar os amigos e que bom poder ler um texto como este! Temos sim, que tentar mudar a rotina. É difícil? MUITO! Mas, nessa vida, aprendi que o melhor sempre dá mais trabalho. rs
    A rotina sempre vai existir, mas cabe a cada um de nós fazer dela um fardo mais leve... e podemos! Basta querermos.

    Parabéns pelo texto! Está ótimo!

    Um grande abraço,
    Patrícia Lara

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