sábado, 26 de setembro de 2009

Ser humano robótico

Sábado a noite, dia de sair com os amigos, de comer fora, colocar o papo em dia, ir para as danceterias, namorar ou paquerar um pouco. Isso eram atividades de jovens aos sábados a noites porém ele não estava no meio desses jovens. Para ele era dia de estudar, ficar na internet fazendo trabalhos e pesquisas a cerca de curiosidades, juntar os cadernos na frente do computador e escrever, e ficar olhando pro MSN que conforme as horas iam passando diminuia a quantidade de contatos disponiveis para conversar, afinal, os contatos estavam no meio dos jovens descolados.
Mas talvez fosse justamente a falta de amigos que fazia ele ter aquelas tediosas noites aos finais de semana, todos os bons e velhos amigos, que não eram só virtuais, tinham arrumado a "metade da laranja" então dedicavam seu final de semana a pessoa amada e ele há dois anos estava totalmente sozinho.
Procurava entender o que ele tinha de errado, o que faltava nele, e porque há dois anos persistia aquela solidão. Já tinha beijado algumas outras garotas, ficado por semanas com outras, e nenhum relacionamento durava. Uma delas era desenhista, só que ele era a negação quanto a artes, então um dia apareceu um rapaz que pintava telas maravilhosamente bem, e ele perdeu a menina pro cara. Depois apareceu uma atleta, corria toda a manhã, jogava futebol, e ele era sedentario ao extremo; como era de se esperar, em uma corrida matinal um jogador de futebol trombou com ela, se conheceram, e novamente ele perdeu a menina. A ultima que apareceu era uma baterista, tinha uma banda de rock, parecia que tudo ia muito bem, porém ele não tinha paciencia para aprender tocar algo, e um guitarrista entrou na banda dela e conquistou-lhe o coraçãozinho. Com isso ele se sentia totalmente inutil!
A família dizia que não tinha o porque querer namorar, estava em ano de vestibular, era inteligente e dedicado aos estudos, então tinha que se preocupar com os livros e cadernos, esquecer gandaias de final de semana e namoricos que só atrapalhariam. Isso revoltava-o, pensavam que ele era um robô? Sim, era praticamente isso que ele era.
Robôs o assustavam, tinha medo que eles dominassem o mundo como nos filmes, e aos poucos percebia que eles estavam dominando. Não eram aqueles robôs construidos por japoneses e com alta tecnologia, eram Robôs Humanos. Não tinham sentimentos valorizados, eram proibidos de ter sentimentos e não faziam nada além do que falavam que era sua obrigação. Não se divertiam! Ele se sentia assim, um ser robótico.
A solução seria arrumar uma namorada robótica, só que como robos nao tem sentimentos, seria impossivel isso.
Depois de pensar em tudo isso e tentar por mais vezes entender o que havia de errado nele, lembrou que uma coisa diferenciava-o de uma máquina: suas necessidades fisiologicas, com isso era necessário dormir.
Abraçou todos os cadernos que estavam em sua mesa, eram a unica coisa que restava a ele, e levou-os para o quarto, com todo carinho. Deitou na cama e lembrou que o outro dia era domingo. Dia de almoçar em família, de passear no horto, de tomar sorvete a tarde. Não, nada disso, domingo era apenas mais um dia robótico.

domingo, 20 de setembro de 2009

Uma falsa princesa

Ela estava lá de novo, os cabelos negros e lisos balançavam com o seu andar, os olhos azuis encantadores e o sorriso que me tirava o fôlego. Ah, o sorriso! Foi sempre ele que me fez sonhar com ela, desde o primeiro ano de escola juntos, aos quatro anos de idade.

Logo atrás dela estacionava um carro conversível vermelho, e ela sorria para o motorista como se ele fosse a essência da felicidade para ela, e isso sempre me dava uma pontinha de ciúmes. Léo, assim era conhecido o alemão todo arrumadinho, e dono do carrão.

Assumo que era um belo carro, e também que Léo era um cara boa pinta, pelo menos ele fazia um sucessão com as meninas da escola, o que eu nunca consegui fazer em dez anos estudando lá. Só que eu sempre acreditei que isso era fruto da grande quantidade de notas em sua conta bancaria, afinal, as meninas não tinham nem trocado algumas palavras com ele e já mandavam declarações de amor.

Ela era diferente, ela não corria atrás dele, não ficava se declarando ou fingindo estar passando mal na educação física só para ser carregada, o caso era contrário, ele que a perseguia. Claro, ela retribuía as investidas dele!

Eu sabia que ela nunca ia dar bola pra mim, um menino magricela, desengonçado e com óculos fundo de garrafa. Uma princesa como ela não merecia alguém assim, isso só aconteceria em contos de fadas, e eu era um pouco inteligente pra saber, aos dezessete anos, que os contos de fadas não eram reais. Mas os sonhos eram mais fortes que eu, e sempre que estava detraído, me pegava pensando nela.

Acontece que estudávamos na mesma sala havia treze anos, e ela passava do meu lado sem ao menos me cumprimentar, acredito que nunca tinha dirigido a palavra a mim, a não ser pra pedir licença nas vezes que eu parava fascinado em sua frente e acabava impedindo a passagem. Justamente por isso as minhas esperanças de um romance eram inexistentes, porem os sentimentos persistiam.

Assim que o alemão desceu do carro foi abraça-la, e acredito que a cena que se seguiu foi a mais dolorida de ver em toda a minha vida, ele beijou ela. Aquela boca rosada, do sorriso lindo, sendo beijada por aquele riquinho, filhinho de papai, que sabe-se lá quantas garotas tinha beijado na noite anterior.

A minha vontade era de ir separar os dois, quebrar a cara dele. O que ele pensava que estava fazendo? Ela era minha, a minha princesa; o meu sorriso, ele estava destruindo tudo, todas as minhas tardes de planejamento de como chegar nela, todos os meus sonhos de treze anos.

Eu sempre tinha sido um bobo na vida, não tinha coragem de fazer nada, e me surpreendi naquele momento, porque as minhas pernas estavam caminhando, estava indo em direção ao casal se beijando; iam apressadas, como se eu estivesse atrasado para algo, meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu estava correndo! Eu não tinha costume de fazer isso, a não ser para pegar o ônibus quando me atrasava.

Cheguei diante deles e a minha voz saiu alta, forte, como se quisesse que a escola toda ouvisse:

- O que você esta fazendo com ela seu otário?

Era tarde demais, eu não tinha como reparar o que tinha acabado de fazer, e minhas pernas estavam cansadas para correr, o jeito era ficar e agüentar as conseqüências. E eles continuaram o beijo, como se eu não estivesse falando com ele. E outra atitude inesperada me assustou; coloquei a mão no braço dele tentando puxá-lo e repeti a mesma frase, só que com uma raiva maior.

Eu sei que senti o peso da mão dele no meu maxilar e o gosto do sangue da minha boca, e isso não me doía nada perto do olhar que ela me lançou.

- Você é louco garoto? Quem você pensa que é pra chamar o meu namorado de otário e querer separar a gente? – e saiu pisando firme.

A única coisa que consegui fazer foi resmungar que eu estava tentando protegê-la, e ela riu sarcasticamente, se eu pudesse também tinha o feito, já que não sabia exatamente o porque esta proteção, sabia da existência do ciúme, que cada vez me deixava com maior descontrole.

Meus colegas ajudaram-me a levantar, segurando o riso para que eu não ficasse chateado com eles, apesar de que eu tinha a plena consciência do papelão que tinha feito na frente da escola toda.

O jeito foi abaixar a cabeça e me acostumar com os beijos e carinhos entre eles, o que era comum entre namorados; e tentar controlar os meus ataques de raiva, porque meu maxilar ainda não estava curado. Segundo o médico, outro soco daquele me levaria para a sala de cirurgia, e eu fugia de agulhas.

Eu sei que o tempo foi passando, e o sorriso dela não sumia do rosto quando estava com ele. Comemoraram um mês, dois meses, três meses de namoro. Na comemoração do quarto mês ele levou-a na pizzaria do meu tio, e por sinal eu estava dando uma ajudinha no dia e tive que servir a mesa deles, foi um constrangimento total. O pior foi olhar para a mão dela, e ver a enorme aliança prateada que tinha acabado de ganhar. Eu nunca conseguiria presenteá-la com algo parecido.

Depois do quinto mês de namoro o clima parecia ter esfriado entre o casal, eles não ficavam grudados na hora do intervalo, ela ia embora com as amigas de ônibus e ele sozinho de carro. A curiosidade me consumia, e a felicidade só de imaginar que poderia estar chegando o final do relacionamento deles também.

Em uma segunda feira Léo faltou da escola, eu estava sentado na arquibancada da quadra assistindo o jogo dos meninos da sala quando ela sentou ao meu lado.

- Oi Tomas.

Ela sabia o meu nome! A minha felicidade foi enorme, o coração acelerou, eu ouvi sinos e vi fogos de artifícios pelo céu. Demorei alguns segundos para me controlar e conseguir responder um pouco tímido, então ela começou a conversar comigo.

- Me desculpe aquela vez que te chamei de otário quando você tentou separar eu e o Léo.

- Te desculpar? Não tenho motivos, você estava correta.

- Não, eu não estava. Ele é mesmo um otário e você conseguiu enxergar isso, se eu tivesse te ouvido teria me dado melhor na vida.

De repente olhei pra sua mão direita e a aliança de compromisso não estava mais lá.

- O que aconteceu com vocês? – foi uma pergunta indiscreta é claro, e também surpreendente, eu nunca pensei que conseguiria fazê-la e acho que ela pensou o mesmo.

- Sabe Tomas, eu sei que você é de confiança e eu preciso muito desabafar com alguém. Acontece que eu quis fazer as vontades dele, agradá-lo, e acabei ferrando a minha vida. Eu estou grávida.

Ela estava grávida. Era jovem, linda, e estava grávida. Criança é sempre uma benção, mas não creio que seria para ela, em pleno ano de vestibular, ainda mais que ela lutava tanto para se formar em medicina.

Eu não tinha o que falar, somente abaixei a cabeça e continuei ouvindo. Enquanto ela falava, as imagens desde a nossa infância passavam pela minha cabeça como um filme.

- Eu fiz um teste de farmácia sábado, deu positivo. Fui contar para ele e não tinha ninguém na casa dele. Voltei no domingo e o pai dele me disse que ele foi pra Minas Gerais, decidiu que queria morar no campo, tinha cansado da vida urbana. Eu sei que é mentira, ele fugiu de mim, fugiu da responsabilidade de pai. E o que eu faço? Como eu conto pra minha mãe Tomas? Meu filho precisa de um pai.

" Então Tom, posso chamar assim não posso? Sei que você até prefere ser chamado assim. Eu já percebi que você da uns olhares diferentes em minha direção, que demonstra um certo afeto por mim, e eu acho você um cara interessante."

Ela me achava um cara interessante? Desde quando ela achava isso? Eu ate olhei no calendário do celular pra confirmar que não era primeiro de abril, e já estava longe, era quatro de setembro.

- Você é aplicado, estudioso – continuava – parece ser bem carinhoso também. Eu estava pensando se...

Parou nesta parte e ficou admirando o teto da quadra, eu a cutuquei e ela voltou a realidade; os olhos marejados de lagrimas e as faces rosadas, como se o que ia dizer fosse constrangedor.

- Bom, estava pensando se a gente não podia tentar namorar. É sabe, minha mãe admira você e eu também, e você me ama. Poderia dar certo não acha?

Qualquer pessoa do mundo que conhecesse os meus sentimentos imaginaria que minha resposta seria um sim e um beijo bem demorado naquela boca rosada de sorriso lindo. Só que a falsidade nas palavras dela, os pensamentos dela, me fizeram ter nojo da pessoa que ela era. Há treze anos eu a amava, e agora, quando a vida dela estava ferrada eu servia para alguma coisa. E pela ultima vez eu me espantei comigo mesmo, porque depois daquela resposta nada mais era assustador na minha vida.

- Não, eu não acho que poderia dar certo. Saiba que eu não amo você e tenho pena desta criança que vai nascer. Agradeço sua admiração e da sua mãe. Com licença que eu preciso estudar.

Deixei-a na arquibancada chorando, mas eu não era otário a ponto de sustentar uma criança que não era minha e não ter o amor verdadeiro daquela menina. Depois daquele dia ela não voltou na escola, a casa foi vendida e a família se mudou; eu perdi o medo e a vergonha, deixei de ser um bobo e consegui realizar muitas coisas importantes. E percebi que ela nunca tinha sido uma princesa, na verdade eu havia criado uma em meus pensamentos.

sábado, 19 de setembro de 2009

Tempo!

Quanto tempo o tempo tem?
Quanto tempo o minuto?
Quanto minuto em uma hora?
Quanta hora em um mês?
E o tempo que não passa
O tempo que embaça
Tempo que alegra e despedaça
Tempo que não passa.
Quando se vê já é fim de mês
ou ainda é o amanhã
Daqui a pouco quatro horas
ou ainda é de manhã.
Quanto mais se pede pra passar
O tempo se faz desesperar
Passa tempo, tempo passa
e parece que nunca vai acabar.
E quando tudo deve parar
o tempo decide atrapalhar
Passa tempo, tempo passa
E o adeus aqui está
Quanto tempo o tempo tem?
O tempo tem exatamente o tempo contrário
Dos anseios e desejos
De um homem solitário.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

I Don't Want To Miss A Thing (Aerosmith)

Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirando
Observar você sorrir enquanto está dormindo
Enquanto você está longe e sonhando
Eu poderia passar minha vida nessa doce rendição
Eu poderia continuar perdido neste momento para sempre
Todo momento que eu passo com você
É um momento que eu valorizo

Não quero fechar meus olhos
Eu não quero pegar no sono
Porque eu sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada
Porque mesmo quando eu sonho com você
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada

Repousando perto de você
Sentindo o seu coração bater
E imaginando o que você está sonhando
Imaginando se sou eu quem você está vendo
Então eu beijo seus olhos e agradeço a Deus por estarmos juntos
Eu só quero ficar com você
Neste momento para sempre, para sempre e sempre

Não quero fechar meus olhos
Eu não quero pegar no sono
Porque eu sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada
Porque mesmo quando eu sonho com você
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada

Não quero perder um sorriso
Não quero perder um beijo

Eu só quero ficar com você
Bem aqui com você, apenas assim
Eu só quero te abraçar forte
Sentir seu coração tão perto do meu
E só ficar aqui neste momento
Por todo o resto dos tempos

Não quero fechar meus olhos
Eu não quero pegar no sono
Porque eu sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada
Porque mesmo quando eu sonho com você
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada

Não quero fechar meus olhos
Eu não quero pegar no sono
Porque eu sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada
Porque mesmo quando eu sonho com você
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada

Não quero fechar meus olhos
Eu não quero pegar no sono
E eu não quero perder nada

domingo, 13 de setembro de 2009

Um adeus

O dia estava frio e acinzentado, uma nevoa cobria todo o local e a pouca claridade provinha de fracos raios de sol que despontavam por trás das nuvens e refletiam nas lápides douradas. As lágrimas que escorriam pela face dele deixavam-o com mais frio ainda, porém era impossivel não chorar naquela hora.
Entre todas aquelas placas com nomes e fotos estranhas, com datas de nascimento e falescimento, ele procurava insessantemente o nome e a foto dela. Lutava contra a nevoa e contra os olhos inxados e a visão embaçada para conseguir ler todos os nomes, queria muito não encontrar, porque daí poderia ser uma mentira, apenas um sonho ruim que havia tido. E quando seus pensamentos vagavam, enquanto imaginava que não haveria morte, um raio iluminou uma lápide simples a sua frente e lá uma foto de uma linda menina sorrindo, sorriso e olhar puro que lembravam um anjo. O choro começou a aumentar, a dor sufocava-o de uma maneira horrivel, ela nunca mais estaria com ele. Então as lembranças vieram, parecia que fazia pouco tempo que estavam juntos, andando de mãos dadas por aí e distribuindo sorrisos, e a primeira lembrança foi a do dia que a conheceu.
"Ela caminhava destraidamente pelo shopping tomando sorvete e acabou esbarrando nele que saia de uma livraria, sujou a roupa dos dois e enrubesceu. Gaguejava sem parar tentando se desculpar pelo acidente, porém ele não estava preocupado, só conseguia sorrir vendo aquela linda menina toda atrapalhada para a sua frente. Quando ela decidiu se calar, percebendo que não conseguiria pronunciar a palavra completa, ele acalmou-a e disse que tudo estava bem, ele deveria ter prestado mais atenção enquanto saia da loja, e que não era legal deixa-la no prejuizo sem sorvete. Então a primeira conversa deles foi na sorveteria do shopping.
Josi era uma adolescesnte, tinha recem completado 17 anos, cursava o ensino médio, trabalhava na loja da tia, fazia um curso técnico e amava teatro, eram raras as horas disponiveis em sua agenda. Achava-se uma menina inferior quanto a aparencia fisica, não era magra, os sorriso metalico por causa do aparelho para corrigi-los, uma estatura baixa e os cabelos sempre rebeldes, diante de tudo isso tentava ser a melhor aluna, a melhor atriz do grupo e a melhor atendente, procurava um jeito de ser atratente sem ser pela beleza. Para ele, ela nao precisava fazer muito esforço, as poucas palavras e a aprensetação que ela fizera já o tinham encantado."
Quando essas memórias do shopping vieram nitidamente à cabeça, seus joelhos se prostraram diante do tumulo de Josi, ela parecia muito viva na mente dele. E outras memórias se seguiram, como a do primeiro beijo.
"Ele, apesar de seus 23 anos, era um rapaz timido e quieto, havia ficado com poucas meninas e nunca tinha namorado seriamente;
era inseguro em tudo o que fazia ou pensava em fazer, medos e mais medos o atormentavam. O bom era que a garota o completava, percebia que se dependesse dele ficariam apenas nas mensagens virtuais ou telefonemas e não se viriam mais, então tomou a atitude de convida-lo para um filme. Convite aceito!
No mesmo shopping, aparecia ela caminhando pelo corredor, um vestido florido soltinho e uma sandalinha simples, um sorriso enorme no rosto. O filme parecia não agradar muito a ela, muita ação, tiros e mortes, sangue, algo não muito romantico, só que nada importava mais do que o rapaz que estava ao seu lado. Depois de longos minutos ele passou um braço pelo ombro dela e acariciou-lhe o cabelo e recebeu em troca um beijo no rosto. Decidiu que não poderia perder o momento, tudo era propicio para ele ser feliz lá e com ela, e vencendo timidez e insegurança veio o momento tão esperado."
Olhou fixamente para a foto da lapide, parecia que a menina relembrava cada momento com ele, e que agora sorria ao lembrar das sensações daquele dia, no entanto sabia que era tudo uma ilusão sua, ela nunca mais iria sorrir para ele. A lembrança de todos os encontros que se sucederam após esse vieram a tona, lembrava os momentos detalhadamente, o perfume dela, o olhar, a risada, os gostos estranhos e a teimosia. As vezes tão mulher e as vezes uma criança pura. Lembrou os exatos 4 meses de momentos felizes do lado daquela que era muito mais que sua amiga, e que nunca soubera exatamente o sentimento enorme que ele tinha por ela.
Quando recebeu o telefone avisando o falecimento da menina era 2 horas da manhã, para os pais dela ele era apenas um bom amigo, nunca tinha se apresentado como mais do que isso. Porém os pais conheciam os sentimentos da filha e sabiam que era importante pra ela que ele fosse avisado. E naquela noite, antes de dormir, ele tinha pensado mil vezes em se abrir e deixar de lado os medos, em se entregar aos sentimentos maravilhosos que ela demonstrava, e o telefonema indicou que era tarde demais. Em frente ao tumulo ele não podia fazer mais nada, ela nunca saberia que havia sido uma garota especial na vida dele, ela nunca saberia que ele não a queria apenas como passa tempo, agora não restava mais nada a fazer.
Depositou o buque de rosas, o qual se arrependeu de nunca ter dado a ela em vida, e disse as pedras e ao ar frio as palavras que Josi mais quis ouvir da boca dele enquanto estava viva: "Você mudou a minha vida e sempre vai ser especial pra mim". E caminhou de volta à sua vida, que jamais seria a mesma.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Idade e maturidade

Quanto pesa a idade para uma pessoa? O que a quantidade de anos vividos muda no carater do ser humano e na sua capacidade de pensar e de assumir atitudes? Embora muitas pessoas falam que idade não tem muita importancia, o que importa é a cabeça da gente, isso é mentira, até perante a lei. Tanto que perante a lei menores de 16 anos são considerados totalmente incapazes, e menores de 18 anos parcialmente incapazes.
E o que um simples dia vai mudar no modo do adolescente agir?
Ao dia 16 de fevereiro de 2009 eu tinha 16 anos, eu cursava o ensino médio, trabalhava, fazia técnico, era corinthiana, amava escrever, não queria saber de entender politica... no dia 17 de fevereiro de 2009 fiz 17 anos, e então eu ainda cursava o ensino médio, trabalhava, fazia técnico, era corinthiana, amava escrever e nao queria entender politica! Pronto, não mudou NADA na minha vida, só que por incrivel que pareça, perante a lei eu deixei de ser totalmente incapaz e passei a ser parcialmente incapaz, já responderia e teria consciencia dos meus atos.
Um adolescente de 12 ou 13 anos não tem consciencia do que faz? Se ele rouba não sabe que aquilo é errado e contra a lei? Ah tenho minhas duvidas, hoje as "crianças" são mais espertas do que se pensa, tem mais consciencia e menos ingenuidade do que as pessoas pensam, e talvez por serem tratadas como seres "ignorantes" de seus atos é que a situação no país não muda nunca!
A maturidade da pessoa não vem com o numero das velinhas que é assoprado e sim com as experiencias vividas, com isso eu concordo! Quantos "marmanjos" por aí tem uma mentalidade mais infantil do que rapazes mais jovens? Inumeros. E é interessante como na maioria das vezes as mulheres amadurecem mais rapido do que os homens, tanto que em um grande numero de relacionamentos os homens são mais velhos.
E a idade em relações traz uma certa insegurança. É muito bom ter do lado alguém que compartilha de uma boa maturidade, que tem ideias agradaveis e conversas interessantes (o que é raro com meninos da mesma idade), só que a pessoa mais velha também agradara facilmente a outra pessoa, e como se garantir diante de tudo isso? É preciso mostrar que apesar da idade menor, os sentimentos e pensamentos não são tão infantis, porém algumas vezes é dificil se fazer madura!
Com isso de querer sempre não aparentar ser infantil muitas vezes não aproveita-se a idade que tem, os homens vivem o hoje pensando no amanhã! Quando crianças e adolescentes não vem a hora de completar os 18 anos, quando chegam aos 18 querem os 20 e quando chegam nos 50 adorariam regressar alguns anos. E assim caminha a humanidade, cada um discutindo e encarando da sua forma o quanto a idade pesa na sua vida e o quanto a idade representa a maturidade de uma pessoa.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vida de MSN

Ontem, 7 de setembro, comemorei um ano de amizade com um bom amigo virtual! Isso me fez parar e analisar todas as pessoas que passaram pelo meu MSN, meu Orkut e meus Fotologs, pelas coisas que eu já aprontei nas páginas da internet, pelas lágrimas que ja derrubei em frente ao monitor, e pelas risadas dadas sem nenhuma companhia.
Aos 12 anos eu criei meu primeiro MSN, era uma pré-adolescente. Não tinha nenhum contato se não aqueles que meu irmão adcionava, por pura segurança, afinal, eu poderia cair nas garras de algum pedófilo ou maniaco virtual. Só que eu não me contentava em ter 3 ou 4 contatos, sem contar que os amigos dele eram totalmente sem graça, não aceitavam conversar com uma "pirralha". E eu descobri o Bate Papo UOL!
Foi uma descoberta maravilhosa, usava os nicks mais esdruxulos que se possa imaginar, conversava com pessoas de todos os tipos, que podiam ou não ser aquilo que diziam. Na maioria das vezes eu era a Mariana, só que também gostava de inventar pessoas, de brincar com os outros. Porém isso foi perdendo a graça gradualmente, e chegou uma época que eu abandonei o meu mundinho de fantasias e passei a ser apenas eu mesma, sem cabelos loiros, sem 1.80 de altura e sem ser magricela (sonhos de infancia).
Desde a minha iniciação no mundo virtual os meus pais estavam presentes, bisbilhotavam os sites que eu entrava e mandavam meu irmão ficar de olho nas conversas, só que eu sempre dava um jeitinho de dribla-los, porque eles eram contra o bate papo e eu necessitava disso para fazer "amigos".
Com o tempo o numero de contatos no MSN dobrou, triplicou, e assim por diante, até atingi os 200 contatos! Era gente de todos os lados. Gente que conversava coisas nada a ver, gente que só falava OI, gente que toda vez que eu entrava perguntava da onde eu era e quem eu era, gente que não falou comigo além do dia que me adcionou. E eles ficavam todos armazenados lá, como reliquias adquiridas.
Porém amizades assim, onde ninguém fala, faz a gente cansar, e o MSN foi abandonado, dando lugar a um novo e com nome mais criativo, onde adcionaria pessoas mais legais. Só que essas pessoas legais surgiriam da onde? Novamente do bate papo. Só que nessa época, aos meus 13
anos, muitos amigos ja tinham MSN, o que possibilitava maior numero de contatos que tinham assunto! E assim se seguiu a história de mais alguns 200 contatos.
Ah quantas paixões por pessoas virtuais! Imaginava a voz, o perfume, os gestos, o olhar. Quanto ódio de pessoas virtuais que foram bloqueadas e excluidas sem dó nem piedade.
De todos esses contatos que surgiram de um bate papo, um bocado eu cheguei a conhecer pessoalmente. É só procurar a comunidade no orkut "Ja beijei alguem do meu MSN". Meu caro, convenhamos que 90% das pessoas deveriam estar presentes nela. E eu não tenho vergonha de assumir que eu estou, as vezes me arrependi, porque ja passei cada apuros com isso. Eram deuses gregos nas fotos, e os verdadeiros "shreks" pessoalmente; eram simpaticos no MSN e sem noção pessoalmente. Na hora isso é barra, agora, depois de 3 ou 4 anos eu morro de rir.
E hoje, no quarto MSN eu consegui bater um recorde de AMIZADE VIRTUAL. Um serzinho que apareceu no bate papo uol, que sobreviveu a 2 MSN meu, e que todo dia é uma honra poder conversar. Ele me atura horas e horas falando asneiras, ele discuti futebol comigo e aceita numa boa eu chamando ele de Bambi, ele é mó perna de pau jogando e sempre fala que afundou o time nos jogos de finais de semana (e eu prometi que ia falar que ele também faz uns golzinhos as vezes), ele le os meus textos e da a opiniao sincera, me apoia e acredita em mim e nos meus sonhos, e sonha que um dia eu conseguirei ser escritora (tadinho dele!) rs. São esses os motivos que fizeram minha amizade com o André durar tanto tempo, enfrentar tantas coisinhas, porque mesmo sendo virtual, ele se faz ser real, ele não ilude, ele nao mente. E no meio dessas minhas lembranças de amizades virtuais cabe um enorme agradecimento a ele por esse 1 ano de uma amizade muito importante pra mim!
Agora cabe esperar e ver o que vai dar nesse novo MSN, com meros 60 contatos, com pessoas lindas, simpaticas, e especiais. Com amigos que valem a pena conversar! Tomara que continue como está ou até melhore cada vez mais. E eu assumo, eu sou viciada nesse programinha.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009


Não! Não brinque com meu coração
Como se ele fosse uma bola.
Não! Não o jogue de lá para cá,
Não destrua-o, não iluda-o com mentirinhas
E falsas declarações.

Não! Ele não é um bonequinho de cordas
Que você pode manipular como quiser.
Não! Ele não é bobo
Simplesmente quando gosta fica frágil

Ele sente que não gostas dele realmente
Mas tem esperanças de que
Você não esteja só brincando com ele
Porque ele está sendo sincero.
A única coisa que pede
É que você não faça-o sofrer!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A Era de Plástico



Hoje durante a aula de Apoio Curricular de História (uma nova disciplina em São Paulo) debatiamos sobre reforma agraria. O atraso do Brasil quanto a isso, a melhor maneira de distribuir as terras improdutivas, o MST e assim por diante. Até que nessas discussões se chegou a Era Vargas, e então apareceu a Petrobras, logo após veio as utilidades do petróleo: combustiveis e plástico. PLASTICO! Foi exatamente quando pronunciaram essa palavra que abandoram a reforma agrária.
A professora começou a listar a utilidade do plástico na vida moderna, ou até mesmo a inutilidade, só que o consumo desse material é enorme, vivemos na chamada Era do plástico.Os alimentos já vem embalados em plástico, e quando adquirimos algo no mercado, além da embalagem do produto vem uma sacola plástica junto. As vezes sacola demais para produtos de menos!
E que fim tem esse plástico todo? Infelizmente não o devido fim. Alguns vão para aterros sanitarios normais, outros vão para as ruas, que acabam chegando nos rios, e assim por diante; e sabe-se que é um material que demora muitos anos para se decompor (calcula-se mais de 100 anos).
E não há como escapar totalmente do plástico. Brinquedos, sacolas, embalagens de alimentos, meios de transporte, e, acreditem, até a margarina que a gente come tem plástico (este ultimo dado foi da aula de quimica, onde a fórmula da margaria é praticamente identica a forma do plástico).
Só que todos sabem que há como poluir menos com ele. Existem as atuais sacolas ecológicas, de pano, para voce levar ao mercado e colocar lá os seus produtos, só que isso é mais trabalhoso não é? Então porque ter tanto trabalho? Vamos levar as sacolinhas plasticas como sempre e viveremos felizes, porém nao viveremos para sempre.
O comodismo impede que as pessoas mudem certas atitudes, deixem que tudo vá pro caminho que está indo, e que acabe assim. Ou até mesmo a mania de olhar a vida alheia acaba atrapalhando. Quantas pessoas não dizem "Se meu vizinho usa sacolinha, eu também vou usar". Falta de protagonismo, de escrever a própria história, e é isso que falta ultimamente, pessoas preocupadas em fazer história.
Com isso um dos meninos perguntou se daqui alguns anos, quando nós já estivermos velhos (ou mortos) os nossos netos teriam no livro de história um capitulo sobre a Era de plástico. E a professora concordou, que era bem provavel que eles estudassem isso. Alguns olhinhos até brilharam, afinal jovens quaisquer iam entrar para a história, iam estar nos livros de história. E vale a pena entrar para história porque destruiu o planeta? Os nossos netos sentiram orgulho porque os avós acabaram com coisas lindas que poderiam ser deles também? Com certeza não!
Mas, além disso, será que o mundo vai suportar ser plástificado desse jeito por muito tempo? Os nossos netos chegarão a ver a Terra? Isso é uma coisa que não se sabe.
Por isso é melhor tomar conta disso um pouco, parar de estudar somente histórias alheias e entrar para história, como aqueles que salvaram o mundo de ser plastificado, e não como aqueles que contribuiram para a Era do plástico.
Tomara que as pessoas criem mais consciencia, porque daqui uns dias até humanos seram plastificados, porque já estão sendo tratados como descartaveis!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

TODO PODEROSO TIMÃO!!


Salve o Corinthians,
O campeão dos campeões,
Eternamente dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians de tradições e glórias mil
Tu és orgulho
Dos esportistas do Brasil

Teu passado é uma bandeira,
Teu presente, uma lição
Figuras entre os primeiros
Do nosso esporte bretão

Corinthians grande,
Sempre Altaneiro,
És do Brasil
O clube mais brasileiro